30 de agosto de 2016

Fui humilhada na porta da Cadeia




 Tive uma infância muito triste, ainda criança sofri muito com a separação dos meus pais, eu era muito doente e cresci uma pessoa muito revoltada, aos 12 anos já comecei a me envolver com o cigarro e a bebida alcoólica e isso foi só o início de uma trajetória de vícios e destruição. Aos 15 anos já estava envolvida com uma quadrilha de roubo a banco, frequentava baladas e já vivia uma vida totalmente desregrada, foi aí que, buscando droga em uma das favelas da minha cidade, conheci o Francisco, hoje meu esposo.



Mal nos conhecemos e logo estávamos envolvidos e apaixonados, mas em pouco tempo, tudo foi se transformando, eu e o Francisco vivíamos em uma relação de amor e ódio, muitas agressões verbais e principalmente físicas. Eram muitas ameaças de morte, nós não tínhamos mais respeito um pelo outro e o que parecia um conto de fadas virou pesadelo, pois nessa época ele já era envolvido com roubo e com o tráfico e isso só contribuía para que eu me afundasse cada vez mais nas drogas. Eu acompanhava  meu esposo em tudo que ele fazia, aquela paixão me cegava e eu era doente de ciúmes, tanto que cheguei a quase tirar a vida de uma pessoa por causa dele, minha vida era um verdadeiro inferno, até que engravidei e logo em seguida o Francisco foi preso, e se já estava ruim ficou pior, eu que achava que tinha liberdade fiquei presa juntamente com ele, não fisicamente, mas em meio a tanto sofrimento que tive que enfrentar sozinha com um filho pequeno para criar morando de favor, dependente dos outros, onde tudo que passava era humilhações e descaso.
Quem chegou a receber esmola no
presídio hoje traz vida na porta da cadeia

Lembro-me de um momento em que me senti um lixo, eu estava na porta da penitenciaria com meu filho pequeno, pois tinha saído da minha cidade de madrugada e estava esperando o horário da visita, quando passou um homem bem vestido de boa aparência e chamando meu filho, que na época tinha uns 4 anos, lhe deu umas moedinhas, aquilo acabou comigo, me senti humilhada, não tive reação e eu que frequentava as melhores baladas do litoral, festas regadas a muita bebida e drogas com pessoas influentes da cidade, estava ali naquele lugar.  

Os vícios estavam acabando comigo, até tentava seguir uma vida normal mas tudo em mim cheirava a ódio, sentia gosto de sangue na boca, ostentava uma felicidade que na verdade não tinha pois era depressiva me sentia vazia, tentei o suicídio várias vezes e mesmo com o Francisco preso, tanto ele quanto eu nos envolvíamos com outras pessoas, me envolvi com outros homens tinha nojo de mim mesma mas procurava preencher um buraco que não tinha fim, até que em uma das visitas no antigo Carandiru fui evangelizada pelo grupo da Universal nos Presídios e recebi um convite para ir na Universal, não dei muita importância na hora, pois naquela altura em meio a tanto sofrimento eu já não tinha mais esperança, na verdade não acreditava mais em Deus, porque já tinha ido em várias igrejas evangélicas até na macumba e nada resolvia minha vida. O sofrimento só aumentava, então lembrei daquela palavra que ouvi na porta da cadeia e decidi ir a Universal como a última porta, e para a minha surpresa, ao chegar percebi que ali tinha algo diferente, enquanto muitos me julgavam e me condenavam sem ao menos me conhecer, na Universal as obreiras, obreiros e pastores me receberam de braços abertos sem se importar com a minha situação. Não foi fácil, minha libertação não ocorreu da noite para o dia, vinham as acusações, o desânimo, as dificuldades até o dia que me revoltei e comecei finalmente a usar minha fé, e desde então passei a ver o trabalhar de Deus na minha vida. 
 
De traficante a ganhador de almas

 A partir do dia que eu tomei a decisão de mudar, sempre que ia visitar o Francisco, eu o convidava  para ir às reuniões que a Universal fazia dentro da Detenção no Carandiru, mais ele sempre negava pois dizia que não era bandido de se esconder atrás de bíblia (pura ignorância), mas eu não insistia eu fazia a minha parte e ia mesmo assim, ele ficava lá do pátio me aguardando enquanto eu assistia, ali eu aprendi a usar minha fé. Comecei a levar fotos dele para os pastores orar, ungia minhas mãos com um azeite, que na época recebi na igreja, sempre que ia vê-lo, não sabia exatamente o que ia acontecer mas sabia que se aquele Deus que as pessoas falavam contando seus testemunhos verdadeiramente existisse, Ele iria fazer algo na minha vida, pois não tinha mais a quem recorrer, realmente não foi do dia pra noite, foi muita perseverança. Confesso que quase desisti de tudo, mas tudo o que tinha aprendido ficou guardado, e quando eu menos esperava o milagre aconteceu, o Francisco saiu depois de oito anos preso e muitos pedidos de Semiaberto.
 No início ele frequentava a igreja por insistência minha, pois eu tinha convicção de que não queria mais aquela vida. Agora já não era só eu e ele, tínhamos os meninos e eu queria lutar para ter uma vida diferente, foi com muita perseverança e através da dedicação dos homens e mulheres de Deus, que tiveram muita paciência de nos ajudar, que tudo começou a mudar. Meu esposo, que era uma pessoa agressiva, viciado e sem expectativa nenhuma na vida, começou a mudar, aos poucos foi se libertando e se transformando em um novo homem. Hoje é um pai maravilhoso, o esposo que eu sonhei, carinhoso, dedicado, batalhador que corre atrás de dar o melhor para nossa família e o principal, um servo de Deus. Não temos mais vícios, aprendemos a nos respeitar, buscando nas reuniões fomos totalmente libertos e hoje dedicamos as nossas vidas a ajudar outras famílias que estão passando pelo mesmo que passamos um dia,  meu esposo que ficou 8 anos passando de uma detenção a outra, hoje entra pela porta da frente para levar a palavra de Deus aos encarcerados, que se encontram precisando de uma direção para que possam ter suas vidas transformadas, assim como nós temos hoje, pois hoje sim somos verdadeiramente felizes, tudo que temos vem de Deus e temos a certeza que Ele tem muito mais a fazer ainda em nossas vidas. 

Nós somos o fruto do trabalho da UNIVERSAL NOS PRESÍDIOS!

 Veja o que o Bispo Afonso diz a todos que também passam por situações como essa:

 "Eu sei que há muitas pessoas chorando ao ler este testemunho, outras chorando ao chegarem no presídio, outras chorando desde que o familiar foi preso, mas assim também vivia este casal chorando, até que tomaram a decisão de buscar a DEUS." 

"...e DEUS lhes enxugará dos olhos toda lágrima."  (Apocalipse 7:17)

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